O dia
amanheceu e a situação de Íris não está nada bem.
–Bom dia
tia Íris. –Disse Maria.
–Bom dia
querida. –Falou Íris.
–Como a
senhora está?
–Péssima.
–Tudo vai
ficar bem tia, agora eu tenho que ir, a Nina está me esperando no portão,
tchau.
–Tchau
boa aula.
Íris pensou
em tudo o que houve, em tudo o que fez e resolveu tomar uma decisão que só ela
podia tomar.
–Alô é do
sanatório Santa Helena?
–Sim ,
quem deseja?
–O meu
nome é Íris Fontanelli e eu fui internada aí várias vezes a força, eu quero me
internar de novo, mas dessa vez é de livre e espontânea vontade.
–Está bem
dona Íris, só aguarde um pouco eu vou procurar a sua ficha e logo depois que eu
achar a ambulância vai ir lhe buscar.
O homem
encontrou a ficha de Íris e ela desligou o telefone para esperar a ambulância
chegar.
–Dona
Íris cheguei. –Disse Nina.
–Tchau
Nina.
–O que
houve dona Íris?
–Cuida da
Maria pra mim por que eu estou me internando.
–O que?
–É isso
mesmo que você ouviu.
–Mas a
senhora não é louca dona Íris.
–Eu posso
até não ser louca, mas algum problema mental eu tenho, e eu quero me curar
Nina.
–A
senhora está mesmo decidida?
–Estou,
eu cansei das pessoas olharem para mim com um olhar de desprezo ou algo
parecido.
–Eu
admiro muito a senhora por tomar essa decisão dona Íris.
–Obrigada
Nina.
Íris
arrumou suas coisas e saiu de sua casa com lágrimas nos olhos.
–Tchau
Nina, eu espero que a Maria entenda a decisão que eu tomei. –Disse Íris.
–Ela vai
entender sim dona Íris.
–Não vai
Íris fica, por mim. –Chegou Gilberto.
–Entenda
uma coisa Gilberto, você vai ser muito feliz sem mim e eu nem sei ao certo o
tempo que vou ficar internada.
–Então
você quer dizer que...
–Não, eu
não vou ficar aqui com você, mas obrigada por tentar me convencer.
–Mas e
quanto as investigações do assassinato?
–O
sanatório é aqui em São Paulo.
–Está
bem.
–Adeus
Nina.
Íris
entrou na ambulância, deitou na maca e foi amarrada e sedada como louca, todas
as pessoas olharam com pena, a última coisa que ela queria, mas aconteceu. A
ambulância chegou no sanatório e Íris foi levada para um quarto particular onde
será observada e tratada pelo doutor Eduardo Souza de Mello.
Em casa
Milena recebe um telefonema de Milena.
–Dona
Milena a dona Íris se internou em um hospício. –Disse Nina chorando.
–O que?
–Ela
decidiu que ia mudar de vida, que ninguém mais vai chama-la de louca.
–Você não
podia ter deixado Nina! –Falou Milena com um tom de voz forte.
–Eu
tentei impedir dona Milena, mas não tinha jeito e a senhora onde estava? Por
que não tentou impedir? Não me culpe dona Milena.
–Desculpa
Nina, eu me alterei um pouco.
–Bom eu
já disse o que tinha que dizer. –Nina desligou o telefone.
–Droga!
Ela desligou na minha cara.
Nina foi
para o próximo nível, buscar Maria na escola e contar a respeito de sua tia.
–Maria
quando chegarmos em casa temos que conversar. –Disse Nina.
–Aconteceu alguma coisa Nina? –Perguntou
Maria.
–Em casa
agente conversa.
Nina e
Maria chegam em casa, Maria resolve contar logo.
–Maria a
dona Íris se internou em um hospício. –Disse Nina.
–Como?
–Perguntou Maria surpresa.
–É isso
mesmo que você ouviu, ela decidiu que não quer mais ser chamada de louca e eu
que vou cuidar de você.
–Eu
admiro muito a minha tia, eu acho que não teria coragem de tomar uma decisão
dessas. –Maria abraçou Nina.
Vários
dias estão se passando, e Íris está cada vez mais confiante em sua recuperação.
–Doutor
Eduardo eu estou indo bem? –Perguntou Íris.
–Esta sim
Íris, logo você vai sair daqui. –Disse Eduardo.
–Eu quero
me tornar uma mulher equilibrada e sensata, você acha que eu consigo doutor?
–Consegue
sim Íris, do primeiro dia até hoje você mudou muito, posso te fazer uma
pergunta?
–Sim
claro.
–A morte
e a traição do seu marido e da sua irmã deixou você pior do que era antes?
–Deixou
sim, até antes disso tudo acontecer o meu mundo era quase perfeito, eu digo
quase por que o meu casamento com o Celso foi um desastre e as pessoas que
pertencem ao meu mundo, não são todas, mas algumas só pensam no dinheiro e na
classe social.
–Você me
contou que se jogou da escada no dia do assassinato, você já fez outra loucura
dessas?
–Já sim, foi
uma semana depois do meu casamento, eu e o Celso estávamos voltando da lua de
mel, e ele me traiu com uma mulher que estava sentada atrás da gente no avião,
eu peguei os dois no banheiro.
–Nossa
isso é... Horrível, mas continue.
–Quando
nós chegamos em casa, era anoite e fomos direto dormi, enquanto o Celso dormia
eu fui na cozinha, peguei uma faca e tentei cortar o pulso dele.
–Você fez
isso mesmo?
–Fiz, mas
ele acordou e no dia seguinte me internou, aquele dia foi a primeira vez que eu
fui internada, foi horrível ser traída no fim da lua de mel.
–Isso que
você me contou é assustador, mas ajudou muito, então o motivo de toda a sua
loucura foi o seu marido.
–É, a
culpa disso tudo é do Celso, mas aquele desgraçado teve um fim merecedor, eu
vou ser eternamente grata a quem matou ele, eternamente! –Íris falou com ódio.
–Você
sabe quem é o responsável pela morte do seu marido e da Beth?
–Talvez
sim, talvez não, por que não saberia doutor?
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