Páginas

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Capítulo 9 de O destino de Íris

 O dia amanheceu e a situação de Íris não está nada bem.
 –Bom dia tia Íris. –Disse Maria.
 –Bom dia querida. –Falou Íris.
 –Como a senhora está?
 –Péssima.
 –Tudo vai ficar bem tia, agora eu tenho que ir, a Nina está me esperando no portão, tchau.
 –Tchau boa aula.
 Íris pensou em tudo o que houve, em tudo o que fez e resolveu tomar uma decisão que só ela podia tomar.
 –Alô é do sanatório Santa Helena?
 –Sim , quem deseja?
 –O meu nome é Íris Fontanelli e eu fui internada aí várias vezes a força, eu quero me internar de novo, mas dessa vez é de livre e espontânea vontade.
 –Está bem dona Íris, só aguarde um pouco eu vou procurar a sua ficha e logo depois que eu achar a ambulância vai ir lhe buscar.
 O homem encontrou a ficha de Íris e ela desligou o telefone para esperar a ambulância chegar.
 –Dona Íris cheguei. –Disse Nina.
 –Tchau Nina.
 –O que houve dona Íris?
 –Cuida da Maria pra mim por que eu estou me internando.
 –O que?
 –É isso mesmo que você ouviu.
 –Mas a senhora não é louca dona Íris.
 –Eu posso até não ser louca, mas algum problema mental eu tenho, e eu quero me curar Nina.
 –A senhora está mesmo decidida?
 –Estou, eu cansei das pessoas olharem para mim com um olhar de desprezo ou algo parecido.
 –Eu admiro muito a senhora por tomar essa decisão dona Íris.
 –Obrigada Nina.
 Íris arrumou suas coisas e saiu de sua casa com lágrimas nos olhos.
 –Tchau Nina, eu espero que a Maria entenda a decisão que eu tomei. –Disse Íris.
 –Ela vai entender sim dona Íris.
 –Não vai Íris fica, por mim. –Chegou Gilberto.
 –Entenda uma coisa Gilberto, você vai ser muito feliz sem mim e eu nem sei ao certo o tempo que vou ficar internada.
 –Então você quer dizer que...
 –Não, eu não vou ficar aqui com você, mas obrigada por tentar me convencer.
 –Mas e quanto as investigações do assassinato?
 –O sanatório é aqui em São Paulo.
 –Está bem.
 –Adeus Nina.
 Íris entrou na ambulância, deitou na maca e foi amarrada e sedada como louca, todas as pessoas olharam com pena, a última coisa que ela queria, mas aconteceu. A ambulância chegou no sanatório e Íris foi levada para um quarto particular onde será observada e tratada pelo doutor Eduardo Souza de Mello.
 Em casa Milena recebe um telefonema de Milena.
 –Dona Milena a dona Íris se internou em um hospício. –Disse Nina chorando.
 –O que?
 –Ela decidiu que ia mudar de vida, que ninguém mais vai chama-la de louca.
 –Você não podia ter deixado Nina! –Falou Milena com um tom de voz forte.
 –Eu tentei impedir dona Milena, mas não tinha jeito e a senhora onde estava? Por que não tentou impedir? Não me culpe dona Milena.
 –Desculpa Nina, eu me alterei um pouco.
 –Bom eu já disse o que tinha que dizer. –Nina desligou o telefone.
 –Droga! Ela desligou na minha cara.
 Nina foi para o próximo nível, buscar Maria na escola e contar a respeito de sua tia.
 –Maria quando chegarmos em casa temos que conversar. –Disse Nina.
 –Aconteceu alguma coisa Nina? –Perguntou Maria.
 –Em casa agente conversa.
 Nina e Maria chegam em casa, Maria resolve contar logo.
 –Maria a dona Íris se internou em um hospício. –Disse Nina.
 –Como? –Perguntou Maria surpresa.
 –É isso mesmo que você ouviu, ela decidiu que não quer mais ser chamada de louca e eu que vou cuidar de você.
 –Eu admiro muito a minha tia, eu acho que não teria coragem de tomar uma decisão dessas. –Maria abraçou Nina.
 Vários dias estão se passando, e Íris está cada vez mais confiante em sua recuperação.
 –Doutor Eduardo eu estou indo bem? –Perguntou Íris.
 –Esta sim Íris, logo você vai sair daqui. –Disse Eduardo.
 –Eu quero me tornar uma mulher equilibrada e sensata, você acha que eu consigo doutor?
 –Consegue sim Íris, do primeiro dia até hoje você mudou muito, posso te fazer uma pergunta?
 –Sim claro.
 –A morte e a traição do seu marido e da sua irmã deixou você pior do que era antes?
 –Deixou sim, até antes disso tudo acontecer o meu mundo era quase perfeito, eu digo quase por que o meu casamento com o Celso foi um desastre e as pessoas que pertencem ao meu mundo, não são todas, mas algumas só pensam no dinheiro e na classe social.
 –Você me contou que se jogou da escada no dia do assassinato, você já fez outra loucura dessas?
 –Já sim, foi uma semana depois do meu casamento, eu e o Celso estávamos voltando da lua de mel, e ele me traiu com uma mulher que estava sentada atrás da gente no avião, eu peguei os dois no banheiro.
 –Nossa isso é... Horrível, mas continue.
 –Quando nós chegamos em casa, era anoite e fomos direto dormi, enquanto o Celso dormia eu fui na cozinha, peguei uma faca e tentei cortar o pulso dele.
 –Você fez isso mesmo?
 –Fiz, mas ele acordou e no dia seguinte me internou, aquele dia foi a primeira vez que eu fui internada, foi horrível ser traída no fim da lua de mel.
 –Isso que você me contou é assustador, mas ajudou muito, então o motivo de toda a sua loucura foi o seu marido.
 –É, a culpa disso tudo é do Celso, mas aquele desgraçado teve um fim merecedor, eu vou ser eternamente grata a quem matou ele, eternamente! –Íris falou com ódio.
 –Você sabe quem é o responsável pela morte do seu marido e da Beth?
 –Talvez sim, talvez não, por que não saberia doutor?

Nenhum comentário:

Postar um comentário