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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Cap.10 de O destino de Íris

 –Eu não sei Íris, se você já tentou matar o seu marido uma vez quem garante que não foi você que matou ele e sua irmã?
 –Eu, eu garanto.
 Maria e Nina discutem sobre Íris.
 –Como ela deve estar Nina? –Perguntou Maria.
 –Ela quem menina? –Perguntou Nina.
 –A tia Íris, será que ela está se recuperando?
 –Eu não sei, mas espero que esteja.
 –Eu estou com tanta saudade, é como se o tempo não passasse.
 –Amanhã nós vamos visitar ela, eu não ia contar, mas você está tão triste Maria.
 –Obrigada Nina, obrigada.
 –A Milena e o Bruce também vão.
 Dormindo sedada, Íris acaba tendo um longo e horrível pesadelo. 
 –Vocês me enganaram, eu odeio vocês! –Gritou Íris.
 –Calma Íris não é nada disso que você está pensando. –Falou Beth.
 –Vocês dois dormiram juntos e não é nada disso que eu estou pensando, deixa de ser sínica.
 –Ela é sínica, mas é com ela que eu durmo quando falo que vou trabalhar. –Disse Celso.
 –Então durma com ela para sempre! –Íris deu dois tiros na cabeça de Celso e um no coração de Beth.

–Ai! –Gritou Beth.
 –Eu quero que vocês aproveitam o inferno juntos! –Gritou Íris, o grito foi tão intenso que ela acordou do pesadelo.
 –O que houve Íris? –Perguntou Eduardo.
 –Eu tive um pesadelo horrível.
 –Calma tudo vai ficar bem.
 –Me abraça por favor.
 –Está bem, mas se acalme.
 Ao abraçar Eduardo, Íris sentiu um sentimento que não sentia há muito tempo, e o doutor também sentiu o mesmo sentimento, chamado amor.
 –Doutor o senhor é tão solitário por que? –Perguntou Íris.
 –Eu sou viúvo, minha esposa morreu de um tumor no cérebro, nunca vou esquecer dela. –Disse Eduardo.
 –Nossa, sinto muito.
 –Não sinta, você também passou por isso.
 –É mais no seu caso a sua esposa te amava.
 –Isso é verdade, eu e a Débora éramos mais do que só um casal, nós éramos amigos, companheiros e além de tudo nós nos amávamos.
 –Sai daqui!
 –O que foi Íris?
 –Sai agora! Me deixa em paz!
 –Está bem.
 Íris deitou e chorou, chorou por amar e não ser amada pelo Celso, pelas traições e por ter tido apenas dinheiro e não o principal o amor.
 –Eu estou me apaixonando pelo doutor Eduardo, eu não posso, e não quero. –Pensou Íris chorando.
 –Íris está na hora de seu sedativo, eu vi a sua agitação hoje e é melhor você tomar. –Disse a enfermeira Lisa.
 –Está bem Lisa.  
 Eduardo e sua melhor amiga Glória, que também é médica conversam.
 –Glória eu estou sentindo uma coisa que não sentia desde a morte da Débora, eu estou gostando de uma paciente. –Disse Eduardo.
 –Como assim? –Perguntou Glória.
 –Eu sei que é meio absurdo, mas é a pura realidade.
 –O que você me acabou de contar é completamente absurdo, você está gostando de uma louca!
 –Não a Íris não é louca.
 –É sim, ela é suspeita de matar o marido e a irmã por causa de uma traição, não é possível que você tenha perdido o juízo!
 –Chega Glória, já que não posso ter o seu apoio é melhor pararmos por aqui.
 –Você não entendeu o que eu quis dizer, eu disse que...
 –Que eu estou apaixonado por uma louca, nunca esperei isso de você, o meu expediente já acabou, tchau eu vou pra casa.
 Em casa Milena abre o seu armário de roupas e encontra o álbum de fotos dela e da Íris.
 –Amanhã eu vou levar esse álbum na visita. –Disse Milena.
 –Está falando sozinha Milena? –Perguntou Bruce.
 –Pensando alto, mas sente aqui, vou te mostrar o meu álbum de fotos e da Íris.
 –Vocês estão lindas.  
 –Nessa foto aqui estávamos em Campos do Jordão, a Íris tinha dezessete anos e eu dezenove, nós fomos para a casa da Lina, nossa amiga de escola.
 –Eu me lembro que eu, você, a Íris e o Celso fomos para um parque de diversão, e foi lá que eu te pedi em namoro, lembra amor?
 –Como eu poderia esquecer Bruce, foi o dia mais feliz da minha vida, tirando o nosso casamento.
 –O Celso também pediu a Íris em namoro.
 –Desde a adolescência ele não prestava, ele namorava todo mundo, por que a Íris teve que ser a esposa dele? Até hoje eu não entendo.
 –Foi o destino de Íris Milena.
 –Que destino cruel o dela, mas ainda bem que aquele casamento acabou, eu digo uma coisa Bruce, eu faria qualquer coisa pra ver a minha melhor amiga feliz.
 –Até matar Milena?
 –Até matar!
 Ao ouvir o que a esposa disse, Bruce ficou um pouco assustado e gelado também.
 –Eu acabei de lembrar que tenho que resolver algumas coisas do banco, vou descer para o escritório. –Disse Bruce.
 –Está bem, eu vou continuar vendo as fotos. –Disse Milena.
 No jardim Maria e Nina escolhem rosas azuis para levar amanhã na visita de Íris.
 –A rosa azul significa mistério, e é isso que o destino de Íris significa, e também é a cor preferida da Íris. –Disse Nina.
 –Eu posso dar as rosas a ela? –Perguntou Maria.
 –Mas é claro minha querida, a dona Íris vai adorar.
 –Eu estou com tanta saudade da tia Íris, tanta. –Disse Maria chorando.
 –Vem cá querida, você precisa de um abraço, vem que eu te abraço.
 –Eu tenho tanto medo Nina.
 –Medo de que?
 –Medo dela não voltar nunca mais.
 –Isso não vai acontecer Maria, não vai, logo ela vai voltar para nós, você vai ver.
 No hospício, Íris dorme tranquilamente, e Eduardo desiste de ir embora e fica observando ela.
 –Já acabou o seu expediente Dr. Eduardo. –Disse Lisa.
 –Não importa Lisa, eu vou ficar. –Disse Eduardo.
 –Eu nunca imaginaria que o seu coração deixaria entrar um novo amor em sua vida depois da morte da Dra. Débora.
 –Dá pra perceber que eu estou apaixonado Lisa?
 –Claro, está escrito nos seus olhos, eu quero que o senhor saiba que eu te apoio.
 –Obrigado Lisa.
 –A Dra. Glória já está sabendo?
 –Já sim, mas ela não concordou, a Glória me disse coisas horríveis.
 –Não liga não, é ciúmes dela, ela sempre quis estar no lugar da dona Débora, e agora quer ficar no lugar da dona Íris.
 –Você acha mesmo?
 –Eu não acho, tenho certeza, se eu fosse o senhor abria os olhos por que essa mulher é uma cobra pronta para atacar.
 –Sabe que eu nunca percebi isso.
 –Depois da morte da dona Débora ela nunca tentou te seduzir?
 –Tentou sim, e conseguiu, nós dormimos juntos, mas foi só uma vez.
 –E antes? Quando o senhor era casado, ela tentou alguma coisa? 
 –Tentou sim, foi aqui no sanatório, ela tentou me beijar, mas não conseguiu, eu nunca trairia a Débora, e não trai.
 –A Glória sempre foi obcecada pelo senhor.
 –Agora eu vou tomar muito cuidado com ela, pode deixar, mas e a Íris dorme até amanhã?
 –Sim, ela vai dormir direto, bom agora eu tenho que cuidar de outros pacientes, com licença doutor Eduardo.

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